Quem faz um poema abre uma janela. Respira, tu que estás numa cela abafada, esse ar que entra por ela. Por isso é que os poemas têm ritmo - para que possas profundamente respirar. Quem faz um poema salva um afogado.
Leitô, caro amigo, te juro, não nego, Meu livro te entrego bastante acanhado Por isso te aviso, me escute o que digo, Leitô, caro amigo, não leia enganado.
É simpre, bem simpre, modesto e grossêro, Não leva tempero das arte e da escola, É rude poeta, não sabe o que é lira, Saluça e suspira no som da viola.
Tu nele não acha tarvez, com agrado Um trecho engraçado com gosto e vontade, Mas ele te mostra com gosto e vontade, A luz da verdade gravada nas fôia.