quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Bhagavad-Gitâ, A Sublime canção, A Canção do Senhor.

Introdução
A leitura desta Sublime Canção é útil para todos: cada um, porém, poderá assimilar e compreender só aquilo que estiver em harmonia com o desenvolvimento de suas faculdades psíquicas e espirituais.
Não podemos desvendar totalmente o sentido esotérico deste precioso livro, porque – conforme as leis da natureza superior – cada um há de descobri-lo por si mesmo; acrescentamos, entretanto, notas e observações que serão úteis para aqueles que aspiram á Iniciação.

Capítulo 1
40. Tem-nos sido ensinado que, com o extermínio de uma geração, se destrói a virtude, e com a destruição da virtude e da religião de um povo, apoderam-se de toda a raça, o vício e a impiedade.

41. Onde reina a impiedade, corrompem-se também as mulheres nobres, e onde a mulher está corrompida, desaparece a pureza do sangue.

42. A adulteração do sangue é precursora do esquecimento dos ritos devidos aos antepassados, e estes (se as doutrinas do povo são verdadeiras)¹, sendo privados dos sacrifícios de que se sustentam, caem das alturas celestes.
¹ A tradição, que prescrevia o respeito à família, aos parentes, aos instrutores, aos ritos, à instituição e deveres das castas, sem o que a alma cairia em condições piores, antes e depois da morte.

43. A consequência de tal corrupção é o aniquilamento dos destruidores da raça e dos direitos eternos da família.
44. Os homens que destroem a religião da família vão para o inferno. Assim ensinam os nossos livros sagrados.

45. Ai de mim! Ai de nós, que estamos nos preparando para cometer o horrível crime de matar os próprios parentes e consanguíneos pela bagatela de obter o domínio pelo desejo do poder!

46. Eu preferiria entregar o meu peito descoberto às armas dos Kurus, e deixá-los beber o sangue do meu coração. Eu preferiria esperar a sua chegada, desarmado, e receber deles o golpe mortal, sem me defender. De certo, isto seria melhor para mim do que cometer esse horrível crime! Ai de mim! Ai de nós todos!

47. Assim clamando, sentou-se Arjuna no banco do carro e deixou cair o arco e as flechas da sua mão, todo entregue à aflição e ao desespero que lhe consumiam o coração.



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